O Asfalto
Rajada Morganna
ô asfalto que palco relato ingrato buraco no canto lixão
que faz do campinho, golzinho, carrinho, descendo zuando na contra-mão
Descendo a ladeira fazendo zueira criando os caminhos da contradição
Vivendo de modo errado aos olhos de qualquer civilazação
Ô asfalto que é casa pra muita familia, criança e algum cidadão
Mercado que é clandestinado vendido barato produto de importação
Que e onde terminam as obras do asfalto começa o discurso
Que alimenta a esperança do povo sofrido que cala o soluço
O asfalto ta vindo sossega minha nega, não vai demorar muito
Se agente correr pra votar naquele moço, que me prometeu e me engana não!
Ô asfalto buraco bueiro aberto esquecido depois da eleição
que faz do campinho, golzinho, carrinho, descendo zuando na contra-mão
Ô asfalto que é palco de passeatas retrato de todo tipo de manifestação
Que me leva da margem ao centro, do centro a margem ou para qualquer invasão
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