Lua Cheia

A Dualidade Amorosa em 'Lua Cheia' de Raul Seixas

A música 'Lua Cheia', de Raul Seixas, explora a complexidade das relações amorosas através de uma rica metáfora celestial. A letra compara a mulher amada à Lua, destacando a natureza dualística de seu amor, que oscila entre o afeto e o desdém. Este paralelo entre a mulher e a Lua cheia sugere uma beleza enigmática e uma influência inconstante, que tanto ilumina quanto obscurece.

Raul Seixas, conhecido por suas letras profundas e repletas de simbolismos, utiliza imagens da natureza e mitologia para descrever a experiência amorosa. A mulher é comparada a uma 'jiboia' e uma 'lula do mar', criaturas que envolvem e capturam, simbolizando o enlace amoroso que tanto pode ser acolhedor quanto sufocante. Além disso, a figura da 'caipora' e da 'feiticeira' reforça o aspecto mágico e misterioso da amada, que encanta e ao mesmo tempo é perigosa.

A repetição do refrão que invoca a Lua Cheia como uma entidade que 'piscando os seus óios para mim' e que 'me ajudeia desde o dia qu'eu nasci' reforça a ideia de um destino ligado às fases e caprichos da Lua, sugerindo que o amor, assim como o luar, é um ciclo de renovações e transformações. A música de Raul Seixas não apenas captura a essência volátil do amor, mas também celebra sua beleza etérea e sua inevitável complexidade.