Corpo Interdito
Sandra Correia
Das coisas que não vivi
E do mais que não senti
Tenho saudades violentas
Ando tão longe de mim
Que este silêncio sem fim
É maior quando te ausentas
Da boca que em vão sonhei
E dos beijos que não dei
Tenho um gosto de abandono
Um travo que me tortura
E que acendeu de loucura
Cada estrela do meu sono
Até do corpo interdito
Onde sonhei infinito
Tenho mais do que saudades
Tenho nuas, desoladas
Duas mãos abandonadas
Com sinais de tempestade
Meu amor, porque me deixas
Neste naufrágio de queixas
Onde não sinto saída
Porque me negas a boca
Duma noite breve e louca
No fado da nossa vida?
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