En Blanco y Negro

A Melancolia em Tons de

A canção "En Blanco y Negro" interpretada por Silvina Garre, uma artista argentina conhecida por sua voz suave e letras introspectivas, é uma obra que mergulha na melancolia e na reflexão sobre a solidão e a conexão humana. A letra abre com a imagem de alguém que acorda e vê uma figura feminina, que apesar de bela, parece estar em constante busca por significado e aceitação, como se quisesse ser o centro de algum universo. Há uma sensação de esforço e desgaste, sugerida pela expressão "enfermando a bocanadas", que pode ser interpretada como uma luta interna que consome a pessoa gradualmente.

A música também faz uma referência direta à cidade de Buenos Aires, descrita como um abismo e uma "tabla de ajedrez", ou seja, um tabuleiro de xadrez em preto e branco. Essa metáfora pode simbolizar a complexidade e dualidade da vida na cidade, onde momentos de alegria e tristeza se alternam, e onde a fragilidade é um traço comum entre as pessoas. A repetição das frases "Como yo" (Como eu) sugere uma identificação profunda do narrador com a figura feminina e com a própria cidade, revelando um sentimento de empatia e também de autocrítica.

A música toca em temas universais como amor, saudade, julgamento e negação, expressando a dificuldade de se afastar de algo ou alguém que se ama profundamente. A repetição do verso "que no puedo irme muy lejos sin llorar" (que não posso ir muito longe sem chorar) reforça a ideia de um vínculo emocional inquebrável e a dor que acompanha a distância ou a separação. Através de sua poesia lírica, Silvina Garre convida o ouvinte a refletir sobre as próprias experiências de apego e perda, e sobre a beleza triste que pode existir na vulnerabilidade humana.