A Cantiga Dos Arreios
Walther Morais
Duas gargantas de aço
Na minha filosofia
São as rosetas da espora
Milongueando de porfia
E a cantiga mais gaúcha
Por poucas rimas que tenha
É o relincho do cavalo
Quando o galpão se desenha
Até meu basto sovado
Conhecedor das toadas
Vive cantando pra mim
O que aprendeu nas tropeadas
E quantas vezes a Lua
Me viu voltando do campo
Com a barbela do freio
Cantando pra os pirilampos
Em outras a estrela d'alva
Que é musa das madrugadas
Soltava rimas de prata
Da garganta iluminada
Se o bronze cantou mais alto
Pela garganta que tinha
Foi por andar no pescoço
De tanta égua madrinha
E as quatro patas ligeiras
Que também sabem ser calmas
Cantam pra quem escutá-las
Com os ouvidos da alma
E esta cantiga que trago
Na voz de parar rodeio
Eu aprendi nas estâncias
Escutando os meus arreios
E quantas vezes a Lua
Me viu voltando do campo
Com a barbela do freio
Cantando pra os pirilampos
Em outras a estrela d'alva
Que é musa das madrugadas
Soltava rimas de prata
Da garganta iluminada
E quantas vezes a Lua
Me viu voltando do campo
Com a barbela do freio
Cantando pra os pirilampos
Em outras a estrela d'alva
Que é musa das madrugadas
Soltava rimas de prata
Da garganta iluminada
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