Beira-Mar

A Profundidade Poética de 'Beira-Mar' por Zé Ramalho

A canção 'Beira-Mar', interpretada pelo cantor e compositor Zé Ramalho, é uma obra que mergulha em metáforas aquáticas para explorar temas profundos como a existência, a busca por significado e a inevitabilidade da morte. A letra utiliza o oceano como uma representação do desconhecido e do subconsciente, onde sonhos e realidades se entrelaçam.

No primeiro verso, a noite é comparada a um oceano que 'banha de sombras o mundo de sol', sugerindo uma transição do conhecido para o desconhecido, do claro para o escuro, do consciente para o subconsciente. A menção à 'aurora que luta por um arrebol' pode ser interpretada como a esperança ou a busca pela luz e pela verdade em meio à escuridão da ignorância ou do desespero. A jornada do eu lírico é uma busca constante por compreensão e transcendência, 'além, muito além onde quero chegar'.

A segunda parte da música descreve as maravilhas e horrores que residem nas profundezas do oceano, uma metáfora para os aspectos da vida e da psique humana. Há beleza e perigo, sonhos e desilusões, e a luta pela sobrevivência. O eu lírico expressa um desejo de purificação e renovação, 'invoco as águas a vir inundando', querendo se libertar das impurezas e dores, buscando cura 'na beira do mar'. A música termina com uma aceitação da mortalidade, mas com a vontade de continuar a viver intensamente, 'cantando, beijando o espaço', até que a morte chegue.