DIENTE EN MANO

A Crise e a Esperança em 'DIENTE EN MANO' de Acru

A música 'DIENTE EN MANO' de Acru é uma reflexão profunda sobre a vida nas periferias urbanas, marcada por dificuldades econômicas, violência e a busca por esperança. Acru, um rapper argentino conhecido por suas letras poéticas e críticas sociais, utiliza uma série de metáforas e imagens vívidas para descrever a realidade de seu entorno.

A letra começa com a repetição de 'Entro y salgo, voy flotando', sugerindo uma sensação de deslocamento e incerteza. Ele menciona 'cabina' de smog y futuro blando', uma referência ao ambiente poluído e a um futuro incerto e frágil. A figura do 'angelito de la crisis por mi barrio' simboliza uma espécie de guardião ou esperança em meio à crise constante que afeta sua comunidade.

Acru também aborda a desigualdade social e a marginalização. Ele fala sobre 'los dedo' los corté porque los doné', uma metáfora para sacrifícios pessoais em prol de outros. A imagem de 'la doña solo habla con como, como que no ve' sugere a indiferença ou a cegueira diante das dificuldades alheias. A linha 'Porque sé que el hambre no duele si el rico no sangra' critica a insensibilidade dos ricos em relação ao sofrimento dos pobres.

A música também explora temas de abandono e perda. Acru menciona 'El abandono es desgracia, gracia', ¿lo viste?', refletindo sobre como o abandono e a negligência são normalizados. Ele também fala sobre 'la danza del irse', uma referência à inevitabilidade da partida e da morte. No entanto, apesar de todas as adversidades, há uma crença persistente na mudança e na magia, como indicado na repetição de 'Creo en la magia y leo en el cambio'.

'Entro y salgo, voy flotando' é uma linha que se repete ao longo da música, reforçando a ideia de transitoriedade e a luta constante para encontrar um lugar de estabilidade e paz. Acru, com sua habilidade lírica, pinta um retrato cru e honesto da vida nas margens da sociedade, ao mesmo tempo em que mantém uma chama de esperança acesa.