O Pagem

Tragédia e Paixão em 'O Pagem' de Alfredo Marceneiro

A música 'O Pagem' de Alfredo Marceneiro é uma balada trágica que narra a história de um jovem pagem que, todas as noites, cantava para homenagear uma marquesinha. A letra é rica em imagens poéticas e evoca um cenário medieval, onde a beleza e a pureza do amor do pagem contrastam com a brutalidade e a violência do marquês. A voz do pagem é descrita como 'linda e maviosa', destacando a pureza e a sinceridade de seus sentimentos pela marquesinha.

No entanto, a história toma um rumo sombrio quando o marquês, descrito como 'fero e brutal', assassina o pagem, cravando um punhal em sua garganta. Este ato de violência não só interrompe a vida do jovem, mas também destrói a paz e a felicidade da marquesinha. A tragédia é intensificada pela reação da marquesa, que, delirante e alucinada, chora e canta em seu varandim, lamentando a perda de seu amado pagem. A repetição do lamento da marquesa, 'Óh minha paixão querida / Meu amor, meu pagem belo', reforça a profundidade de sua dor e a intensidade de seu amor perdido.

A música também pode ser vista como uma crítica à opressão e à violência dos poderosos sobre os mais fracos. O marquês, com seu poder e brutalidade, destrói a vida do pagem e da marquesinha, simbolizando a injustiça e a crueldade que muitas vezes acompanham o poder. A marquesa, em seu desespero, implora para que seu amado fuja do 'maldito castelo', um símbolo do ambiente opressivo e perigoso em que vivem. A canção, portanto, não é apenas uma história de amor trágico, mas também uma reflexão sobre a injustiça e a opressão.