Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita (part. Cia Samba)

A Dualidade e a Força de Logun-Edé: Um Hino de Respeito e Tradição

A música "Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita" de Anitta, com participação da Cia Samba, é uma celebração rica e vibrante da cultura afro-brasileira, especialmente do candomblé. A letra é uma homenagem ao orixá Logun-Edé, uma divindade que representa a dualidade, sendo filho de Oxum e Oxóssi, e que possui características tanto de caçador quanto de pescador. Essa dualidade é refletida na letra através de metáforas e referências à natureza e à espiritualidade.

A canção começa com uma evocação das águas de Oxum e a luz de Orunmilá, destacando a importância da ancestralidade e da sabedoria divina. A magia que desagua na ribeira e encanta o caçador simboliza a união dos elementos naturais e espirituais que formam Logun-Edé. A letra enfatiza a bravura e a beleza herdadas por Logun-Edé, destacando sua natureza dual e seu brilho intenso, que desafia o consenso e é inquieto e intenso. Essa descrição reforça a ideia de que Logun-Edé é uma figura imbatível, com uma força de axé (energia espiritual) incomparável.

A música também faz referência à jornada e às conquistas de Logun-Edé, mencionando a travessia do mar e a abertura de caminhos para o povo de Ijexá. O rufar dos tambores e a fé em Kale Bokum simbolizam a conexão profunda com a espiritualidade e a proteção dos ancestrais. A letra celebra a herança cultural e religiosa, mencionando a Tijuca e seus candomblés, e descreve um leque de cores que representa a riqueza e a diversidade da tradição. A sentença de pai Oxalá e a missão contínua de recomeçar reforçam a ideia de que Logun-Edé é uma figura de respeito e reverência, cuja juventude e energia são eternas.

A música termina com um louvor à juventude do Borel, que desce o morro para cantar em homenagem a Logun-Edé. Essa imagem final conecta a divindade à realidade contemporânea, mostrando como a tradição e a espiritualidade continuam a influenciar e inspirar as novas gerações. A canção é, portanto, uma poderosa celebração da cultura afro-brasileira, da dualidade e da força de Logun-Edé, e da continuidade das tradições espirituais e culturais.