O Poeta Está Vivo

A Imortalidade da Poesia e a Esperança em 'O Poeta Está Vivo'

A música 'O Poeta Está Vivo' do Barão Vermelho é um hino de esperança e resistência em tempos de adversidade. Lançada no início dos anos 90, uma época de muitas mudanças políticas e sociais no Brasil, a canção reflete sobre a capacidade da arte, especialmente da poesia, de sobreviver e inspirar mesmo diante das 'barbaridades' do mundo. A letra, escrita por Frejat e Cazuza, dois dos membros mais influentes da banda, convida o ouvinte a perceber que, apesar das notícias ruins que podem dominar os jornais, o sol ainda brilha e a vida continua.

O refrão 'O poeta está vivo com seus moinhos de vento a impulsionar a grande roda da história' faz uma clara alusão a Dom Quixote, personagem de Miguel de Cervantes, que lutava contra moinhos de vento acreditando serem gigantes. Essa metáfora pode ser interpretada como a luta do artista contra as adversidades, movendo a história com sua criatividade e visão. A música sugere que a poesia tem o poder de mudar o mundo, mas questiona quem realmente tem a coragem de ouvir e absorver essa mensagem transformadora.

A canção também aborda a humanidade compartilhada em momentos de dor e a capacidade de amar como um caminho para a redenção. O verso 'Todo mundo é parecido quando sente dor' ressalta a empatia como um valor universal. A referência ao 'papa e seu rebanho' pode ser vista como uma crítica às instituições e àqueles que seguem cegamente sem questionar. 'O Poeta Está Vivo' é um convite à reflexão e à ação, incentivando o ouvinte a ser parte da mudança que o pensamento iluminado pode trazer ao mundo.