Samba-Enredo 2001 - A Saga de Agotime, Maria Mineira Naê

A Força de Agotime: Resistência e Fé no Samba da Beija-Flor

A música "Samba-Enredo 2001 - A Saga de Agotime, Maria Mineira Naê" da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis é uma homenagem à história de Agotime, uma figura histórica que simboliza resistência e fé. A letra narra a trajetória de Agotime, que pertencia ao clã de Daomé, atual Benim, e era seguidora dos Voduns, divindades do panteão africano. A menção ao ritual de fé destaca a importância da religiosidade em sua vida e cultura.

O segundo verso descreve o trágico destino de Agotime, que foi isolada e escravizada por meio de feitiçaria, uma metáfora para a captura e subjugação de africanos durante o período do tráfico transatlântico de escravos. A música expressa a dor da travessia do oceano ('sobre as ondas do mar') e a esperança de reencontrar seu povo, mesmo em terras distantes. A prece de Agotime é um pedido de força e conexão com suas raízes.

Ao chegar na Bahia, Agotime encontra a Nação Nagô e, através dos orixás, guias espirituais no candomblé, ela consegue reencontrar o caminho para seu povo. A referência ao ouro e à liberdade pode simbolizar a conquista de autonomia e a formação de comunidades de escravizados libertos. A música termina celebrando a cultura maranhense, onde a Casa das Minas, um terreiro de tambor de mina, é um símbolo de orgulho e resistência cultural. A Beija-Flor, ao evocar essa história, reafirma a energia e vibração do samba como uma forma de celebração e memória cultural.