CHIHIRO

Desvendando 'CHIHIRO' de Billie Eilish: Uma Jornada de Amor e Perda

A música 'CHIHIRO', interpretada por Billie Eilish, mergulha em temas de amor, perda e autoconhecimento, tecendo uma narrativa emocional que ecoa os sentimentos de muitos dos seus ouvintes. A letra começa com uma reflexão sobre a incerteza e a dúvida, questionando se o amor que ela sentia seria o mesmo ao retornar desse lugar, que pode ser metafórico, como a distância imposta por alguma adversidade da vida, ou literal, por exemplo, caso Billie estivesse numa turnê - como a de Happier Than Ever, fato já mencionado em outras canções e muito presente durante o desenvolvimento e escrita do álbum - e passando por diversos países e continentes. Essa incerteza permeia toda a canção, refletindo a insegurança e a transitoriedade dos relacionamentos.

A repetição do verso "Open up the door, can you open up the door?" simboliza um pedido de abertura e vulnerabilidade em um relacionamento que parece estar se fechando ou mudando. Eilish usa essa metáfora para expressar a dificuldade em manter conexões profundas quando as circunstâncias ou os sentimentos das pessoas mudam. A música também aborda a sensação de alienação e desconexão, como visto nos versos onde ela confessa não conhecer realmente a pessoa amada, apesar de ter chamado por ela.

O título 'CHIHIRO' e vários versos ao longo da canção são referências à personagem Chihiro e outras criaturas do filme 'A Viagem de Chihiro'. O longa foi escrito e dirigido pelo aclamado animador, cineasta, roteirista e escritor Hayao Miyazaki. Billie, assim como a própria Chihiro, passa por uma jornada de auto-descoberta e enfrenta numerosos desafios para estar com aqueles que ama, encarando suas próprias batalhas internas e buscando entender e preservar o amor que parece estar escorrendo por entre seus dedos. Outras figuras do filme parecem entrar na narrativa da cantora: o personagem Sem Rosto, por exemplo, que no início do filme é silencioso e inofensivo, mas depois se transforma em um ser perigoso e insaciável quando começa a consumir os desejos e ganâncias dos outros espíritos; os pais de Chihiro, quando se transformam em porcos e passam a se portar como tais, quando comem um banquete enfeitiçado; o próprio Haku ("Said you won't forget my name, not today, not tomorrow").

Em 2019, Billie já tinha comentado numa entrevista para o site Vice sobre como o filme é importante para ela, mas num outro contexto: era o lançamento do seu álbum de estreia 'WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?'. Ela disse: "Eu devo a maior parte [da direção artística do 'WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?'] ao [filme] 'A Viagem de Chihiro' e ao Miyazaki. O jeito como aquela animação foi feita, tipo, o Sem Rosto... é como se fosse um espírito distante... é tão estranhamente irrealista, mas realista... foi tão legal."