OverHeated

Exposição e autodefesa em "OverHeated" de Billie Eilish

Em "OverHeated", Billie Eilish aborda o esgotamento emocional causado pela exposição constante e pelo julgamento público, especialmente após episódios de body shaming que enfrentou em 2020. A repetição do verso “I'm overheated” (“Estou superaquecida”) funciona como uma metáfora direta para esse desgaste. O tom irônico aparece quando ela questiona: “Did you really think / This is the right thing to do? / Is it news? / News to who? / That I really look just like the rest of you” (“Você realmente achou / Que isso era o certo a se fazer? / Isso é notícia? / Notícia para quem? / Que eu realmente pareço como qualquer um de vocês”), criticando a hipocrisia das expectativas de beleza impostas pela mídia e pelo público, e expressando sua frustração com a obsessão coletiva por sua aparência.

A música também critica a superficialidade dos padrões de beleza, especialmente ao mencionar: “All these other inanimate bitches / It's none of my business / But don't you get sick of / Posing for pictures / With that plastic body?” (“Todas essas outras vadias inanimadas / Não é da minha conta / Mas você não se cansa / De posar para fotos / Com esse corpo de plástico?”). Billie faz referência à cultura dos corpos artificiais e à pressão para se encaixar em padrões irreais, reforçando sua recusa em “redesign myself” (“me redesenhar”) por meio de cirurgias ou mudanças forçadas. O refrão, com frases como “Can't be deleted / Can't be repeated” (“Não pode ser apagado / Não pode ser repetido”), destaca que sua identidade e experiências são únicas e não podem ser apagadas ou replicadas, promovendo autenticidade e autoaceitação. O título "OverHeated" também faz referência ao documentário homônimo sobre crise climática, sugerindo que o esgotamento pessoal pode refletir o cansaço coletivo diante de problemas sociais e ambientais, ampliando o alcance da mensagem da música.