Qué Tango Hay Que Cantar

A Melancolia e a Busca por Consolo em 'Qué Tango Hay Que Cantar'

A música 'Qué Tango Hay Que Cantar' de Cacho Castaña é uma expressão profunda de tristeza e nostalgia, entrelaçada com a cultura do tango argentino. A letra da música dialoga com o bandoneón, um instrumento icônico do tango, como se fosse um velho amigo capaz de compreender e aliviar a dor do cantor. O uso do bandoneón não é apenas instrumental, mas também simbólico, representando um companheiro na jornada de sofrimento e perda amorosa.

O cantor questiona qual tango deveria cantar para poder continuar acreditando no amor, mesmo diante da dor de um amor que se foi. A referência a Gardel e Discepolín, figuras lendárias do tango, sugere uma busca por um tango que possa expressar adequadamente sua angústia, um que talvez nunca tenha sido cantado, mas que reside nos 'arquivos' da tradição e na memória emocional do bandoneón. A música se torna um meio para disfarçar a dor diante dos outros, enquanto internamente o cantor lida com sua tristeza.

A repetição do questionamento sobre qual tango cantar e a conversa com o bandoneón personificam o instrumento, dando-lhe um papel de confidente. A música evoca a imagem de duas almas feridas - o homem e o bandoneón - unindo suas tristezas em busca de consolo através da música. A ideia de que a 'pena' de ambos poderia se transformar em amor através de um tango é uma metáfora para a cura emocional que a música pode oferecer.