Tua Sorte
Cami Rabêlo
Tu pra nada serve.
Eu cansei de esconder.
Hoje odeio a tua raça
Nome, sobrenome
O que vier de você
Sempre corre pro colinho
De quem quizer enxugar
Essas falsas atitudes
Não há diabo que te mude
Fica aí a lamentar.
Limpa esse espelho
Perceba a imagem
Cada dia está pior
Triste e sumindo
Decaído, envelhecido
Reduzindo-se ao pó.
Eu tenho é pena, pena.
Já fostes tão bonito.
Agora é um coitado.
Sozinho, abandonado
E o motivo do meu riso.
Eu tenho é pena, pena.
Prefiro não mais falar.
Continuo com meu ódio
Entreguei você a sorte
Pra aprender a caminhar
Tu pra nada serve.
Eu cansei de repetir.
Tanto medo acumulado
Está na vida disfarçado
De quem nunca existiu.
Sempre se esconde no ninho
Faz de palco o lugar.
Tão falso arrependimento
A cara cheia de remendos
Tá cansada de rasgar...
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