João Barreiro
Carlos Madruga
Nesta vida de tropeiro
Vi cantar o João barreiro
Sobre a quincha do seu rancho
Eu só tenho o meu arreio
E guapeio o tempo feio
Na baeta do meu poncho
O barreiro tem querência
E por esta consequência
Ele tem a sua morada
E pra mim só o que resta
É não mais que uma sesta
Numa curva da estrada
Um paisano milongueiro
Canta alegre o João barreiro
Um versito à sua amada
O meu canto é para o vento
Com acordes de lamento
Assoviando pra boiada
Ser tropeiro não me basta
Pois, enquanto o gado pasta
Dou uma canha pelo trago
Mato a sede nessa fonte
Desenhando no horizonte
O ranchito bem quinchado
Sigo assim nesse floreio
Vou tropeando o gado alheio
Já curtido de distâncias
Atorado na guaiaca
Vou juntando umas patacas
Culatreando uma esperança
Um ranchito eu quero ter
Para então envelhecer
Tendo alguém por meu lindeiro
E me agrada na tronqueira
Por vizinho de porteira
Um paisano João barreiro
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