Desvairada
César Lascano
Ainda há pouco você me amava e me fazia tão bem
Crucificava de sociopatas à veganos, budistas e zens
Devorava todos os livros estranhos da sua estante
Sabia a história de cór
Peregrinava, como um ser errante
Dentro de casa, à sós
Mas agora, do nada, mudou
Ficando mesmo sem chão
Havia pena e muito rancor
Um caos de contradição
Já não quer mais saber de romances, prefere o mundo atroz
Não consegue enxergar o instante
Deixou de pensar em nós
E flutuava na minha ideia, em linhas tênues
Dançando entre o mal e o bem
Rezando a missa das mulheres insanas
Em nome do pai, de quem será o filho? E amém
Mas agora, do nada, mudou
Ficando mesmo sem chão
Havia pena e muito rancor
Um caos de contradição
Já não quer mais saber de romances, prefere o mundo atroz
Não consegue enxergar o instante
Deixou de pensar em nós
Não faça caso do meu jeito louco
Nem todo o mal que eu te fiz
Eu não controlo o gosto amargo
É que eu já tô por um triz
Saio a noite feito um bicho à toa
Tentando entender você
Topando tudo com qualquer pessoa
Atrás de sei lá o quê
Já não quer mais saber de romances, prefere o mundo atroz
Não consegue enxergar o instante
Deixou de pensar em nós
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