
Meu Caro Amigo
Chico Buarque
Resistência e ironia em “Meu Caro Amigo” de Chico Buarque
“Meu Caro Amigo”, de Chico Buarque, é uma canção que mistura saudade, denúncia e ironia para retratar o Brasil durante a ditadura militar. Escrita como uma carta para Augusto Boal, exilado em Lisboa, a música utiliza o cotidiano cultural brasileiro como pano de fundo para expor a gravidade da repressão política. Quando Chico canta “aqui na terra tão jogando futebol, tem muito samba, muito choro e rock'n'roll”, ele mostra como a vida segue aparentemente normal, mas esconde dificuldades profundas. O refrão “a coisa aqui tá preta” reforça a ideia de que a situação está ruim, trazendo ainda um duplo sentido: além de indicar tempos difíceis, a expressão também pode ser lida como uma crítica à desigualdade racial no Brasil.
O tom informal e irônico aparece em versos como “a gente vai levando de teimoso e de pirraça” e “sem a cachaça ninguém segura esse rojão”, destacando a resistência do povo brasileiro diante das adversidades, usando o humor e pequenos prazeres como formas de sobrevivência. Chico também aborda a censura e as dificuldades de comunicação, como em “eu quis até telefonar, mas a tarifa não tem graça” e “o correio andou arisco”, mostrando o clima de vigilância imposto pelo regime. Ao enviar notícias “nessa fita” (a própria música), Chico encontra uma maneira criativa de driblar a censura e manter o contato com o amigo. Assim, a canção se torna um símbolo da resistência cotidiana, da criatividade diante da opressão e da solidariedade entre amigos separados pela repressão política.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.
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