
Cotidiano
Chico Buarque
Relações e rotina em "Cotidiano" de Chico Buarque
Em "Cotidiano", Chico Buarque retrata a rotina de um casal de forma detalhada e realista, mostrando como o amor se manifesta nos pequenos gestos do dia a dia. As repetições de ações, como "me beija com a boca de hortelã", "boca de café", "boca de feijão" e "boca de paixão", marcam diferentes momentos do cotidiano e revelam como o afeto está presente, mas condicionado pelos hábitos diários. Essa repetição, quase automática, transmite tanto o conforto quanto o desgaste que podem surgir da convivência constante.
O contexto histórico da música, lançada durante a ditadura militar, amplia o significado da rotina descrita. A canção reflete não só a vida do casal, mas também uma insatisfação coletiva da classe média diante de uma existência previsível e sem grandes mudanças. A estrutura musical, com estrofes e melodias repetidas, reforça a sensação de ciclo interminável. Mesmo com gestos de carinho, como "me aperta pra eu quase sufocar" e "me morde com a boca de pavor", há um tom de sufocamento e desejo de ruptura, evidenciado nos versos "todo dia eu só penso em poder parar" e "meio-dia eu só penso em dizer não". "Cotidiano" equilibra ternura e monotonia, mostrando como a rotina pode ser tanto um espaço de segurança quanto de desgaste emocional.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.
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