Escravo da Dor
Cícero Vieira
Ninguém é feliz, vivendo sozinho
Faltando um afago, abraço e carinho
O mínimo possível de amor pra viver
Quem vive carente já é condenado
De beijo e carícia desafortunado
Da cara metade de um bem querer
Vivendo em silêncio com a solidão
Vagando no mundo da imaginação
Feito prisioneiro, refém da saudade
No mundo vazio da vasta carência
Grito conflitante com a consciência
Detido no cárcere da infelicidade
Fui preso ao reinado do abstinente
Perdido no tempo Inerte e carente
Levando ao exílio esse trovador
Jogado no canto lá fui esquecido
E acorrentado no mundo perdido
Virei um eterno escravo da dor
A cama vazia me serve de berço
A tal alegria também não exerço
E para a sofrência não tenho remédio
Tenho uma viola pra desabafar
Na minha vivenda começo a cantar
Cantando eu acalmo as dores do tédio
De amar não tive oportunidade
Desconheço a fonte da felicidade
Então me resguardo no mundo infeliz
Se trago esta sina de ser castigado
Eu sigo recluso e amargurado
Preso ao destino que eu mesmo fiz
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