Living Doll

A Fascinação e a Possessividade em 'Living Doll' de Cliff Richard

A música 'Living Doll' de Cliff Richard, lançada em 1959, é um clássico do rock and roll que aborda a fascinação e a possessividade de um homem por sua amada, descrita como uma 'boneca viva'. A letra é simples, mas carrega uma série de metáforas e sentimentos que refletem a visão do amor e da mulher na época. A repetição da frase 'living doll' enfatiza a ideia de que a mulher é vista como um objeto de adoração, quase como uma boneca perfeita que precisa ser protegida e mantida sob controle.

A descrição da mulher como uma 'crying, talking, sleeping, walking, living doll' sugere que ela é perfeita em todos os aspectos, mas também destaca a visão possessiva do narrador. Ele sente a necessidade de 'trancá-la em um baú' para que ninguém mais possa tê-la, o que revela um lado controlador e ciumento. Essa metáfora do baú pode ser interpretada como uma crítica à objetificação e à falta de liberdade das mulheres, que muitas vezes eram vistas como propriedades dos homens.

Cliff Richard, conhecido por seu estilo suave e romântico, utiliza uma melodia cativante para suavizar a mensagem possessiva da letra. No entanto, a música também pode ser vista como um reflexo das normas sociais da época, onde a mulher ideal era muitas vezes retratada como submissa e dependente do homem. A canção, portanto, oferece uma janela para entender as dinâmicas de gênero e as expectativas sociais dos anos 50, ao mesmo tempo que continua a ser uma peça icônica da música pop.