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Ginete de Fronteira

Clóvis Mendes

Letra

    Nasci ginete numa estância da fronteira
    Vida campeira prá quem vive o interior
    Cresci brincando de quebrar queixo de potro
    Sempre há mais outro prás garras de um domador

    (Aquele zaino anca larga e frente aberta
    Orelha alerta na estância do paraíso
    Foi preparado prum campeiro fazer média
    E dançar na rédea no lampejo de um sorriso)

    Fim de semana quando eu apronto a lida
    Repasso a vida na roseta da chilena
    Banho de sanga, água de cheiro e um traje novo
    Baile no povo e o perfume das morenas

    (Segunda feira quando eu volto pros pelegos
    Novos achegos vem rondar meu pensamento
    Faço de conta que o tempo não passou
    E de onde estou saio nas crinas do vento)

    A cada dia vejo a vida diferente
    Nessa vertente onde nasce o verso puro
    Ao passo lento do parceiro dos arreios
    Levo os anseios do Rio Grande pelo duro


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