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A Morte da Conformidade

Covzin

Como a ferida que sara
Um tapa na cara
Uma dor que não para
As coisas são como são

Uma vida que acaba
Um peixe na água
Me isolo em casa
Perdendo a animação
Andar com os pés cansados
Papéis amassados
A chuva cai molhando as tuas mãos

Leite derramado
Um tênis surrado
Um dedo cortado em que pinga um limão
Não dá para mudar
O que já aconteceu
E as vezes tem que assumir
O culpado fui eu

Levanta e corre
Esquece o que pode
O que passou passou
E já ficou no breu

A bala que entra
Eterna e atenta
E que em segundos joga
A sua vida inteira para trás

A mão que levanta
A voz que se assenta
E que bota para fora o que não aguenta mais

Joelhos dobrados
Mil olhos fechados
Dentro de uma casa em busca de perdão

Teus sonhos queimados
Todos cansados
A noite em suas camas
Traz a escuridão

Não dá para mudar
O que já aconteceu
E as vezes tem que assumir
O culpado fui eu

Levanta e corre
Esquece o que pode
O que passou passou
E já ficou no breu

Nem toda areia da praia
Vai tocar a água
Isso é verdade
E eu entendi também
Mas, o Sol brilha para todos
Pode ser que não saiba
Mas vai que hoje
Ele brilha para tu também

Enquanto a mão que te bate
For a mesma que afaga
Só quero que saiba
Não vai mudar meu bem

Se a coroa de espinhos
For o que te ornamenta
Mesmo sendo bonito
Deve doer também

A conformidade
Pode ser o que te mata
Você vira a noite esperando alguém

Sonhando acordado
Perdidos e achados
Caçando um fantasma
Que nunca mais vem

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