Hair

A Liberdade e a Identidade em 'Hair' dos The Cowsills

A música 'Hair' dos The Cowsills é uma celebração exuberante da liberdade pessoal e da expressão individual através do cabelo. Lançada em 1969, durante uma época de grandes mudanças sociais e culturais, a canção reflete o espírito de rebeldia e a busca por autenticidade que caracterizavam a contracultura dos anos 60. O cabelo longo, que era um símbolo de resistência contra as normas sociais conservadoras, é exaltado na letra como uma forma de autoexpressão e liberdade.

A letra da música é repleta de descrições vívidas e quase poéticas do cabelo, destacando sua beleza e diversidade. Termos como 'shining, gleaming, streaming, flaxen, waxen' evocam uma imagem de cabelo que é não apenas uma característica física, mas uma extensão da identidade do indivíduo. A repetição da palavra 'hair' e a insistência em deixá-lo crescer 'long as God can grow it' sublinham a ideia de que o cabelo é uma parte integral da pessoa, algo que deve ser mostrado e celebrado sem restrições.

Além disso, a música faz referências culturais e religiosas, como 'My hair like Jesus wore it' e 'Hallelujah I adore it', que reforçam a ideia de que o cabelo longo é uma forma de conexão com algo maior, seja espiritual ou cultural. A menção ao Grateful Dead, uma banda icônica da contracultura, também alude ao espírito livre e à rejeição das convenções sociais. A canção termina com uma nota de questionamento e vulnerabilidade, perguntando 'Why don't my mother love me?', sugerindo que a busca por aceitação e amor é uma parte fundamental da experiência humana, mesmo quando se está em busca de liberdade e autoexpressão.