À Porta da Brasileira
Cristiana Águas
Encontrei-te por acaso
No Chiado ontem à tarde
E reparei que ias triste
Afinal o nosso caso
Ainda é sangue que arde
Sombra de amor que resiste
Disseste que me esquecias
Entre dois copos de rum
Morre um amor, outro amanhece
Mas no olhar exibias
Aquele langor comum
Que o sol tem quando amanhece
O olhar, espelho da alma
È traiçoeiro e transporta
As mágoas do coração
E vi nele muda e calma
A palvara que abre a porta
Aos medos da solidão
Mas o amor tem tantos laços
Dor, ciúme e alegria
Veredas da vida inteira
E quando te abri os braços
Teu beijo acendeu o dia
À porta da Brasileira
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