Batendo Estribos
Cristiano Quevedo
Meu pai vem sempre comigo batendo estribos
Embora ele esteja longe jamais se afasta
Eu trago sua palavra feito um abrigo
Um bem que nunca envelhece que não se gasta
Andamos batendo estribo nestas coxilhas
Tinindo ferro no ferro léguas a fio
A barba do pai aos poucos ficou tordilha
E a chama do seu sorriso já sente frio
Um dia ganhei a estrada e me fiz errante
Seus olhos ficaram turvos numa janela
Agente que sai da casa sofre bastante
Mas nada ao que se compare aos que ficam nela
Às vezes chego a senti-lo junto comigo
Mostrando o passo seguro onde o rio da vau
De novo somos parceiros batendo estribos
Irmãos de oficio da mesma marca e sinal
Por isso sempre que posso dia que seja
Vou velo no seu exílio rincão antigo
Saímos então pro campo que reverdeja
Ao ver que vem pai e filho batendo estribo
A pampa nos interliga sou eu é ele
E juntos nos transcendemos no sangue em fim
Eu fico em cada coisa que deixo nele
Que seguem nos seus princípios que vão em mim
Um dia ganhei a estrada e me fiz errante
Seus olhos ficaram turvos numa janela
Agente que sai da casa sofre bastante
Mas nada ao que se compare aos que ficam nela
Às vezes chego a senti-lo junto comigo
Mostrando o passo seguro onde o rio da vau
De novo somos parceiros batendo estribos
Irmãos de oficio da mesma marca e sinal
Meu pai vem sempre comigo batendo estribos...
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