Um Cano de Revólver
Dan Nakagawa
Mande suas flores bonitas pro meu quintal
Que meu jardim violento, vingor desse temporal
Que os seus beijos despertei-me no final
Que a quarta-feira cinzenta apagou o meu carnaval
Eu tinha medo e ainda tenho
Eu não esqueço, não me lembro
A vida escorria na rua calçada
Tampinha de coca em lata
Aquela menina eu amava
Era minha e eu dela todo tempo
Chiclete grudado e seco ao vento
Ontem eu ria, mas fui morrendo
Emoção que escapa do cano do revólver
Da falta
Da falta que não cabe no peito do homem
No peito do homem
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