Dona Ligeirinha

A Dualidade da Modernidade em 'Dona Ligeirinha' de Diabo na Cruz

A música 'Dona Ligeirinha' da banda Diabo na Cruz aborda a complexidade das relações humanas e a dualidade da modernidade através de uma narrativa rica em metáforas e referências culturais. A letra começa com um conselho dado à protagonista, Dona Ligeirinha, sobre a escolha de suas companhias. A figura do 'caixeiro' pode ser interpretada como uma metáfora para pessoas que não são adequadas para ela, sugerindo que nem todos os amigos são verdadeiros ou benéficos. A expressão 'fidalgo demolidor' reforça a ideia de que algumas pessoas podem ser destrutivas, mesmo que aparentem ser nobres ou importantes.

A repetição do conselho 'haja algum bom senso' e 'escolha o bom caminho' enfatiza a importância de tomar decisões sábias e ponderadas na vida. A letra sugere que o comércio, ou seja, as interações sociais e escolhas de vida, podem afastar as pessoas se não forem bem geridas. A modernidade e o orgulho são temas centrais, representados pela 'mulher moderna' que ora corre, ora cai. Isso simboliza a luta constante entre o desejo de independência e as quedas inevitáveis que vêm com a tentativa de se manter à frente em um mundo em constante mudança.

A música também faz uma crítica sutil à pressão social e às expectativas familiares. A referência à mãe e ao pai de Dona Ligeirinha sugere que ela está tentando seguir os passos de seus pais, mas enfrenta dificuldades e desafios únicos. A frase 'vou largar o que a mamã levou à perna' pode ser interpretada como uma tentativa de se libertar das tradições e expectativas impostas pela família. No entanto, essa libertação não é fácil, e a protagonista se encontra em um ciclo de correr e cair, simbolizando a luta contínua para encontrar seu próprio caminho em meio às pressões externas.