A Violência Travestida Faz Seu Trottoir

A Crítica Social em 'A Violência Travestida Faz Seu Trottoir' dos Engenheiros do Hawaii

A música 'A Violência Travestida Faz Seu Trottoir', da banda brasileira Engenheiros do Hawaii, é uma crítica incisiva à normalização da violência na sociedade contemporânea. Através de uma letra poética e carregada de metáforas, o vocalista Humberto Gessinger comenta sobre como a violência está disfarçada em diversos aspectos do cotidiano, desde a mídia até as interações sociais mais básicas.

O uso da expressão 'faz seu trottoir', que pode ser traduzido como 'faz sua calçada', sugere que a violência caminha ao lado da sociedade, quase como uma companheira constante, mas muitas vezes não percebida ou aceita como parte da normalidade. A letra menciona exemplos específicos, como a 'arquitetura metafísica das catedrais' e 'anúncios de cigarro', indicando como a violência se infiltra tanto em instituições tradicionais quanto em práticas comerciais.

Além disso, a canção aborda a passividade com que muitos encaram essa realidade, como na linha 'Na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter vontade de gritar, nada pra dizer'. Isso reflete uma crítica à complacência social e à falta de ação contra as injustiças evidentes, sugerindo uma reflexão sobre a responsabilidade individual e coletiva na perpetuação desses ciclos de violência.