No Fim Não Existem Rosas

A Realidade Cruel da Velhice e da Pobreza em 'No Fim Não Existem Rosas'

A música 'No Fim Não Existem Rosas' da Facção Central é uma crua e dolorosa reflexão sobre a realidade da velhice e da pobreza no Brasil. A letra narra a história de um homem idoso que, ao invés de desfrutar de uma aposentadoria tranquila, se vê obrigado a trabalhar em condições precárias, sem direitos trabalhistas e sem qualquer perspectiva de melhora. A metáfora das 'rosas' que não existem no fim da vida simboliza a ausência de recompensas ou reconhecimento pelos anos de trabalho árduo e sacrifício.

A letra é repleta de imagens fortes e impactantes, como a do idoso que, ao invés de estar em uma cadeira de balanço fumando um charuto, empurra um carrinho de pedreiro cheio de entulho. Essa imagem ilustra a inversão de expectativas e a dura realidade enfrentada por muitos trabalhadores que, após uma vida inteira de labuta, são descartados pela sociedade como 'papel higiênico usado'. A música também aborda a falta de apoio familiar e social, com o protagonista lamentando a indiferença dos filhos e a solidão que o acompanha na velhice.

Além disso, a música critica a falta de oportunidades e a injustiça social, destacando como a honestidade e o trabalho duro muitas vezes não são recompensados. O protagonista expressa arrependimento por não ter seguido um caminho de crime, que poderia ter lhe proporcionado uma vida mais confortável, mesmo que temporariamente. A letra também menciona a precariedade dos serviços públicos, como a saúde, e a humilhação de depender de esmolas e caridade para sobreviver. 'No Fim Não Existem Rosas' é um poderoso comentário social que expõe as falhas do sistema e a desumanização dos mais vulneráveis.