Se Tu Fores Ver o Mar (rosalinda)

A Lamentação Ambiental e Social em 'Se Tu Fores Ver o Mar (rosalinda)' de Fausto Bordalo Dias

A música 'Se Tu Fores Ver o Mar (rosalinda)' de Fausto Bordalo Dias é uma poderosa crítica social e ambiental. A letra começa com um aviso a Rosalinda sobre os perigos de ir à praia, onde a poluição transformou a outrora bela paisagem em um cenário desolador. A areia branca está coberta de alcatrão, e as dunas são feitas de plástico e carvão, simbolizando a degradação ambiental causada pela ação humana. As aves feridas e caídas ao chão são uma metáfora para a natureza sofrendo as consequências da poluição.

No segundo verso, a música aborda a condição dos trabalhadores nas fábricas próximas ao mar. O operário, envenenado e desmaiando, representa a exploração e a desumanização dos trabalhadores, que são sacrificados em nome do lucro. A letra critica os poderosos que governam o mundo, que priorizam o ganho financeiro sobre a vida humana e o meio ambiente. Essa crítica é um reflexo das preocupações sociais e políticas de Fausto Bordalo Dias, um artista conhecido por suas canções de protesto e engajamento social.

A música também menciona a construção de uma central nuclear em Ferrel, perto de Peniche, destacando os riscos e as consequências dessa decisão. A referência aos peixes doentes e sem vida e ao pescador que perde seu sustento ilustra o impacto devastador da industrialização e da poluição sobre a vida marinha e as comunidades locais. A frase 'isto é civilização' dita por um 'senhor' é uma ironia mordaz, criticando a ideia de progresso que ignora os custos ambientais e humanos. 'Se Tu Fores Ver o Mar (rosalinda)' é, portanto, uma canção que denuncia a destruição ambiental e a injustiça social, convidando o ouvinte a refletir sobre as consequências de nossas ações coletivas.