Eu Era Tão Novo

A Jornada de Felp22: Da Rua ao Reconhecimento

A música "Eu Era Tão Novo" de Felp22 é um relato autobiográfico que narra a trajetória do artista desde a infância até a vida adulta, marcada por desafios, perdas e superações. A letra é um testemunho cru e honesto das experiências vividas nas ruas de Santa Marta, Botafogo e Humaitá, no Rio de Janeiro, onde o crime e a violência eram parte do cotidiano. Felp22 descreve como, ainda muito jovem, se envolveu no mundo do crime, enfrentando as consequências de suas escolhas e a dura realidade de ver amigos sendo presos ou mortos.

A letra é rica em metáforas e referências culturais, como a menção a Constantine, personagem conhecido por exorcizar demônios, que aqui simboliza a luta interna do artista contra seus próprios demônios e vícios. A música também aborda a questão da inveja e da fama, mostrando como Felp22 fez seu nome no tráfico de drogas, mas também como isso trouxe uma série de complicações e decepções, especialmente para sua família. A repetição do refrão "Porque eu era tão novo, tão ligeiro e tão louco" reforça a ideia de juventude perdida e das consequências das escolhas feitas na adolescência.

Além disso, a música destaca a importância das relações e do respeito na comunidade. Felp22 menciona várias pessoas que foram significativas em sua vida, como Rozendo e Raniere, seus "professores" na vida do crime, e amigos que seguiram diferentes caminhos, alguns se regenerando e outros continuando na vida ilícita. A letra também presta homenagem aos skatistas, pichadores e moradores da comunidade, mostrando um profundo respeito pelas diversas formas de resistência e sobrevivência nas ruas. A música é, em última análise, um tributo à resiliência e à capacidade de transformação, mesmo nas circunstâncias mais adversas.