Ritual

Rituais profanos e simbolismo invertido em “Ritual” do Ghost

A música “Ritual”, da banda Ghost, apresenta um ritual satânico com forte inspiração litúrgica, invertendo símbolos e práticas religiosas tradicionais. Logo no início, a letra deixa claro que o encontro não é para uma celebração sagrada, mas sim para um propósito sombrio, sugerido pela expressão “for our future’s gain” (para o nosso ganho futuro), que faz referência ao sacrifício humano e à invocação de uma entidade profana. O verso “This chapel of ritual / Smells of dead human sacrifices / From the altar” (“Esta capela de ritual / Cheira a sacrifícios humanos mortos / Vindo do altar”) reforça o clima macabro e conecta-se à estética da banda, que utiliza elementos religiosos para criar uma atmosfera de mistério e provocação.

A letra também subverte referências bíblicas, como em “Our father / Who art in hell / Unhallowed be thy name” (“Pai nosso / Que estais no inferno / Profanado seja o teu nome”), transformando a oração cristã em uma exaltação demoníaca. O trecho “Invoking our master / To procreate the unholy bastard” (“Invocando nosso mestre / Para procriar o bastardo profano”) sugere a intenção de gerar uma entidade impura, tema comum no ocultismo e no horror. Termos como “ancient scrolls of rhymes” (“antigos pergaminhos de rimas”) e a menção a “Bedouins and nomads” (“beduínos e nômades”) ampliam a ideia de um ritual ancestral, transmitido ao longo do tempo. Combinando tom sombrio, teatralidade e crítica à religiosidade, “Ritual” explora o fascínio pelo proibido e pelo oculto, característica marcante do Ghost.