Camba Cua

Celebração e Identidade em 'Camba Cua' de Gregório e Michele Dutra

A música 'Camba Cua' de Gregório e Michele Dutra é uma celebração vibrante da cultura e identidade do bairro Camba Cua, localizado em Assunção, Paraguai. A letra faz referência à festa de 6 de janeiro, dedicada a São Baltasar, um dos santos mais venerados pela comunidade afro-paraguaia. São Baltasar é conhecido por ser o santo mais candombero, ou seja, aquele que mais se associa ao candombe, um estilo de música e dança de origem africana. A festa é uma ocasião para a comunidade se reunir e celebrar suas raízes culturais e religiosas.

A repetição do refrão 'Cambá, cuápe aimé, Cambá, cuápe ayú' reforça a ideia de pertencimento e amor pela comunidade. A expressão 'rojhaijhú' significa 'eu te amo' em guarani, uma das línguas oficiais do Paraguai, mostrando a fusão de culturas e a importância do idioma na identidade local. O uso do 'mbaracá', um instrumento musical tradicional, simboliza a conexão emocional e espiritual com a música e a dança, elementos centrais na celebração.

A descrição das cenas festivas, como a preparação do 'chipá mbocá' (um tipo de pão de queijo paraguaio) e a dança dos 'cambá' (termo que se refere aos afrodescendentes), cria uma imagem vívida da vida comunitária. Personagens como 'ño falucho' e 'ña rita' adicionam um toque de autenticidade e familiaridade, representando figuras típicas da comunidade. A música, portanto, não é apenas uma celebração, mas também um registro cultural e histórico, preservando e transmitindo as tradições e valores da comunidade Camba Cua para as futuras gerações.