Hino Parte 2

A Revolta Contra a Lama: A Crítica Social em 'Hino Parte 2' de Hot e Oreia

A música 'Hino Parte 2' de Hot e Oreia é uma poderosa crítica social que aborda os desastres ambientais causados pela mineração em Minas Gerais, especificamente os rompimentos de barragens da Vale. A letra começa com um chamado urgente para que as pessoas conheçam Minas Gerais antes que a empresa destrua tudo. A indignação dos artistas é evidente ao longo da música, com versos que denunciam a irresponsabilidade e a ganância da Vale, que resultaram em tragédias ambientais e humanas.

Oreia inicia a música com uma crítica direta à Vale, questionando quem será responsabilizado pelos desastres. Ele menciona as barragens de lama tóxica que mataram animais e devastaram o meio ambiente, ressaltando que o dinheiro oferecido às famílias das vítimas não é suficiente para reparar os danos causados. A revolta é palpável quando ele sugere prender os responsáveis e critica a lógica do mercado que coloca o lucro acima das vidas humanas. A repetição da frase 'Dinheiro pra família não é nada' enfatiza a insuficiência das compensações financeiras diante da perda de vidas e destruição ambiental.

Hot continua a crítica, ampliando o escopo para incluir a história de exploração e colonização que moldou o Brasil. Ele traça um paralelo entre os colonizadores portugueses e os atuais donos da Vale, sugerindo que a exploração e a opressão são contínuas. A letra também critica a impunidade dos responsáveis, que conseguem escapar da justiça devido ao poder econômico. A repetição do refrão 'Essa lama eu sei de onde vem' reforça a ideia de que a corrupção e a ganância estão enraizadas no sistema, escondidas atrás do Estado.

A música é um grito de revolta contra a destruição ambiental e a injustiça social, destacando a necessidade de responsabilização e mudança. Hot e Oreia utilizam sua plataforma para dar voz às vítimas e denunciar a impunidade, fazendo um apelo por um futuro mais justo e sustentável.