Otro Jueves Cobarde (part. Los Caballeros de La Quema)

A Melancolia dos Dias que Não Se Deixam Beijar: Uma Análise de 'Otro Jueves Cobarde'

A canção 'Otro Jueves Cobarde', interpretada por Joaquín Sabina em parceria com Los Caballeros de La Quema, é uma expressão poética da rotina e do desencanto. A letra descreve uma tarde comum, sem acontecimentos marcantes, onde o amor não se faz presente e as despedidas ocorrem sem paixão. A imagem das 'telarañas en el corazón' sugere um sentimento de abandono e a incapacidade de sentir, como se o coração estivesse coberto por teias de aranha, impedindo o fluxo de emoções.

O refrão da música fala de uma tarde que 'no arde', ou seja, que não tem chama, paixão ou entusiasmo, e é descrita como 'cobarde' por não se arriscar, por não 'provar manzanas', uma metáfora para a experiência e o pecado, aludindo à história bíblica de Adão e Eva. A repetição da ideia de que é 'otro jueves' reforça a sensação de monotonia e a falta de vontade de mudar ou de enfrentar novos desafios.

A música também aborda a temática da morte e ressurreição de uma maneira figurada, indicando um cansaço existencial. O eu lírico menciona estar 'muerto de tanto resucitar', o que pode ser interpretado como o esgotamento causado por repetidas tentativas de recomeçar ou de encontrar um novo sentido para a vida. A verdade é apresentada como algo que não deve ser adoçado ou maquiado, sugerindo um desejo de autenticidade mesmo diante da desilusão.