Adivina, Adivinanza

A Sátira Política em 'Adivina, Adivinanza' de Joaquín Sabina

A música 'Adivina, Adivinanza' do cantor e compositor espanhol Joaquín Sabina é uma obra carregada de ironia e crítica social. Através de uma narrativa que descreve um funeral fictício, Sabina reúne uma série de figuras históricas, políticas e culturais, tanto reais quanto fictícias, para ilustrar um evento pós-morte que mais parece uma celebração satírica do que um luto. A presença de personagens como Napoleão, Torquemada e o Cid Campeador, ao lado de figuras controversas da Espanha moderna como Tejero e Milans del Bosch, cria um contraste que ridiculariza a pompa e a circunstância associadas a esses indivíduos.

O uso de imagens como 'o coño de la Bernarda' e 'uma teta disecada de Agustina de Aragón' adiciona um elemento de humor grosseiro e absurdo, quebrando qualquer reverência que se possa ter pelas figuras mencionadas. A canção também faz referência a eventos e símbolos da cultura espanhola, como a Santa Inquisição e a tuna compostelana, misturando-os em um caldeirão de irreverência. A menção ao 'Ku-Klus-klan' e a 'Rita la cantora' amplia o escopo da crítica para além das fronteiras da Espanha.

A música termina com uma nota de desespero disfarçado de celebração, onde os 'combatientes de Brunete, braceros de Castellón' e os exilados tanto externos quanto internos 'celebram a vitória que a história lhes roubou'. Através dessa conclusão, Sabina aponta para as injustiças históricas e a luta contínua contra a opressão. A canção é um exemplo do estilo lírico de Sabina, que frequentemente combina humor, sátira e comentário social em suas obras.