Cuando

A Esperança e a Saudade em 'Cuando' de Jorge Fandermole

A canção 'Cuando' de Jorge Fandermole é uma obra que transita entre a esperança e a melancolia, explorando a complexidade dos sentimentos humanos diante da vida e do tempo. O artista argentino, conhecido por suas composições poéticas e profundas, utiliza metáforas e imagens líricas para expressar um desejo de renovação e a aceitação da transitoriedade da existência.

No início da música, o despertar 'com o corpo de aire' sugere uma leveza e uma paz que contrastam com a inevitabilidade do envelhecimento e da perda ('cuando yo no tenga casi nada'). A referência aos 'días esos barcos de luz' evoca a ideia de dias que são como embarcações iluminadas, talvez memórias ou sonhos que o autor deseja reaver. A 'alegría que hemos olvidado' fala de uma felicidade perdida que anseia por retornar, como se pudesse ressurgir das profundezas do ser.

A música também aborda a relação com a morte e o destino ('me convenza que la suerte / Me rige a la par que la pasión'), e a luta para encontrar significado em um 'tiempo olvidado de dios'. A imagem recorrente da 'ceniza negra que se va' pode simbolizar as cinzas de um passado ou de um luto que se dispersa, permitindo que a vida continue. A menção aos 'brazos de mi padre en las banderas' traz um elemento pessoal e histórico, talvez uma homenagem ou um reconhecimento das lutas e esperanças de gerações anteriores. Em suma, 'Cuando' é uma reflexão sobre a passagem do tempo, a busca por sentido e a persistência da esperança mesmo diante das adversidades.