Esculpido a Machado

A Revolta e a Resistência em 'Esculpido a Machado'

A música 'Esculpido a Machado' de LEALL é uma poderosa expressão de revolta e resistência, abordando temas como racismo, desigualdade social e a luta pela sobrevivência. A letra começa com uma provocação, pedindo ao ouvinte que imagine a alma do artista dentro de seu corpo, sugerindo que muitos não suportariam as dificuldades e traumas que ele enfrenta. LEALL menciona o consumo de álcool como uma forma de lidar com as maldades que testemunhou, e a ideia de ter o tempo como inimigo, refletindo a pressão constante e a falta de oportunidades que muitos jovens negros enfrentam.

A música também aborda a questão do racismo de forma direta e contundente. LEALL fala sobre a revolta que sente ao ser alvo de olhares enojados e expressões de medo por parte de pessoas brancas. Ele critica o racismo velado e a hipocrisia da sociedade, onde jovens negros são marginalizados enquanto jovens brancos têm surtos psicóticos e desejam ser parte da favela. A letra também menciona a Candelária, um local simbólico no Rio de Janeiro, conhecido pelo massacre de jovens negros em 1993, reforçando a violência e a injustiça enfrentadas pela comunidade negra.

Além disso, LEALL destaca a resistência e a determinação de não se conformar com o destino imposto pela sociedade. Ele afirma que não será mais um jovem negro morto, que não afundará no porto e que não suportará a injustiça. A música termina com uma nota de esperança e ambição, mencionando que ele carrega marcas, mas não morrerá por bens materiais como um par de tênis Nike. Em vez disso, ele busca alcançar seu auge e superar as barreiras impostas pela sociedade, mantendo sua dignidade e identidade intactas.