Slow

A Arte de Viver Devagar: A Filosofia de Leonard Cohen em 'Slow'

A música 'Slow' de Leonard Cohen é uma reflexão poética sobre a importância de viver a vida em um ritmo mais lento e apreciativo. Desde o início, Cohen deixa claro que prefere desacelerar a melodia da vida, contrastando com a pressa que muitas pessoas têm para alcançar seus objetivos. Ele enfatiza que essa preferência não é devido à idade ou à experiência de vida, mas sim uma característica intrínseca de sua personalidade, algo que ele sempre valorizou e que foi reforçado por sua mãe.

A letra também aborda a ideia de que a vida não deve ser uma corrida, mas sim uma jornada para ser apreciada. Cohen usa metáforas como 'lacing up my shoe' e 'don't need no starting gun' para ilustrar sua aversão à pressa e à competição. Ele prefere chegar 'last' em vez de 'soon', destacando que a qualidade do tempo gasto é mais importante do que a quantidade ou a velocidade. Essa filosofia é uma crítica sutil à sociedade moderna, que muitas vezes valoriza a rapidez e a eficiência em detrimento da profundidade e da reflexão.

Além disso, Cohen explora a dinâmica dos relacionamentos, contrastando seu desejo de prolongar momentos significativos com a urgência de seu parceiro. Ele descreve a necessidade de 'catch my breath' e 'linger as it flies', sugerindo que momentos de intimidade e conexão devem ser saboreados e não apressados. A música, portanto, não é apenas uma meditação sobre o tempo, mas também um comentário sobre como as relações humanas podem ser enriquecidas quando vividas com paciência e atenção.

Em 'Slow', Leonard Cohen nos convida a reconsiderar nossas prioridades e a encontrar beleza na lentidão. Ele nos lembra que, ao desacelerar, podemos descobrir uma profundidade e uma riqueza de experiências que muitas vezes são perdidas na pressa do dia a dia.