Organismo En El Aire

A Profundidade da Solidão e do Amor em 'Organismo En El Aire'

Luis Alberto Spinetta, um dos maiores expoentes do rock argentino, nos presenteia com 'Organismo En El Aire', uma canção que mergulha profundamente nos sentimentos de solidão, amor e introspecção. A letra começa com o eu lírico sentado em uma varanda, contemplando o mar e refletindo sobre a solidão. Essa imagem inicial já estabelece um tom melancólico e introspectivo, onde o mar simboliza a vastidão e a imensidão dos sentimentos humanos.

A canção também faz referência a Atlântida, um lugar mítico e perdido, comparando a sensação de isolamento e incomunicabilidade a um peixe que não pode gritar. Essa metáfora reforça a ideia de que, mesmo em meio à multidão, o eu lírico se sente desconectado e perdido. A cidade é descrita como um monstro sobre o amanhecer, sugerindo que a urbanização e a vida moderna podem ser opressivas e desumanizantes.

No entanto, a música não é apenas sobre solidão. O coração de outra pessoa, possivelmente um amor, é mencionado repetidamente como algo que 'voou o que mirava' e 'se levou tudo como o vento'. Isso sugere que o amor tem o poder de transformar e levar embora a dor e a solidão, como um vento que limpa e renova. A repetição dessa ideia ao longo da música enfatiza a dualidade entre a solidão e a conexão humana, mostrando como o amor pode ser tanto uma fuga quanto uma redenção.

'Organismo En El Aire' é uma obra rica em metáforas e simbolismos, que explora a complexidade das emoções humanas de maneira poética e profunda. Através de suas letras, Spinetta nos convida a refletir sobre nossa própria existência e as relações que moldam nossas vidas.