Chico

Romantismo nostálgico e autenticidade em “Chico” de Luísa Sonza

A música “Chico”, de Luísa Sonza, destaca-se por assumir um romantismo considerado fora de moda nos dias atuais. A artista valoriza a monogamia e o desejo de construir uma relação exclusiva, mesmo quando isso é visto como antiquado. Isso fica claro no verso: “Diziam pra mim que essa moda passou / Que monogamia é papo de doido / Mas pra mim é uma honra / Ser uma cafona pra esse povo”, em que Sonza se posiciona contra as tendências modernas e reafirma seu desejo por um amor tradicional. A escolha da bossa nova como base musical reforça esse clima nostálgico, além de aproximar a canção da tradição romântica da música brasileira. A referência direta à canção “Folhetim”, de Chico Buarque, especialmente em “Chico, se tu me quiseres / Sou dessas mulheres de se apaixonar”, conecta a letra tanto ao universo do homenageado quanto à história da MPB.

A canção também traz elementos pessoais e cotidianos, como a menção ao Bar da Cachaça na Lapa, um local real frequentado pelo casal, o que dá autenticidade e intimidade à narrativa. No trecho “Debato política, tomo o teu partido / E se for pra repartir o amor / Que reparta comigo”, Sonza mostra disposição para compartilhar não só o amor, mas também interesses e posicionamentos, sugerindo uma parceria completa. O tom leve e sincero da música, aliado ao humor e à vulnerabilidade, transforma “Chico” em uma celebração do amor romântico. Após o término do relacionamento, a artista adaptou a música para o inglês, retirando referências ao ex-namorado, o que mostra como a canção ganhou novos significados conforme a vida de Luísa Sonza evoluiu.