Old

A Rebeldia e a Crítica em 'Old' do Machine Head

A música 'Old' da banda Machine Head é uma poderosa crítica à hipocrisia e à corrupção presentes nas instituições religiosas e na sociedade em geral. A letra é carregada de imagens fortes e metáforas que desafiam a autoridade e questionam a moralidade daqueles que se dizem santos. A figura do 'homem velho' e da 'mão morta' simboliza a decadência e a obsolescência das velhas crenças e tradições que, segundo a banda, alimentam-se da ganância e da mentira.

A referência a '6000 anos' sugere uma crítica ao longo reinado de dogmas religiosos que, na visão do autor, têm perpetuado a opressão e a ignorância. A imagem de beber o sangue de 'porcos sagrados' e transformá-lo em vinho impuro é uma clara alusão à Eucaristia, mas invertida para mostrar a corrupção e a profanação dos rituais sagrados. A expressão 'Jesus chorou' é usada de forma irônica, indicando que até mesmo figuras divinas lamentariam o estado atual das coisas.

A música também aborda a resistência e a resiliência diante da opressão. O eu lírico se apresenta como uma força que se alimenta da fraqueza alheia, mas não de uma maneira abençoada, e sim nascida do ódio. A repetição de 'queimem meus olhos e tentem me cegar' e 'enterrem-me para que não me encontrem' simboliza a tentativa de silenciar e destruir a verdade, mas o eu lírico afirma que não possui uma 'coroa de espinhos', indicando que não se submeterá ao martírio ou à submissão. A música, portanto, é um grito de resistência contra a hipocrisia e a opressão, clamando por uma ruptura com as velhas tradições e crenças que perpetuam a injustiça.