As Áfricas Que a Bahia Canta

A Força e a Resistência das Áfricas na Bahia: Uma Celebração de Margareth Menezes

A música "As Áfricas Que a Bahia Canta" de Margareth Menezes é uma celebração vibrante e poderosa da herança africana na Bahia. A letra é rica em referências aos orixás, figuras divinas do candomblé, e aos elementos culturais afro-brasileiros que moldaram a identidade baiana. Desde o início, com a invocação de Oyá (Iansã), a deusa dos ventos e tempestades, a canção estabelece um tom de reverência e conexão espiritual. A menção a Matamba, uma rainha guerreira africana, reforça a ideia de força e resistência, características centrais na luta e na cultura afro-brasileira.

Margareth Menezes utiliza a música para destacar a importância da arte como forma de resistência e rebeldia. Ela menciona a recriação das Áfricas na Bahia, um processo de ressignificação cultural que se manifesta através da música, da dança e das tradições religiosas. A letra faz referência aos quilombos, comunidades formadas por escravos fugitivos, e às embaixadas, simbolizando a diplomacia e a resistência cultural. Instrumentos tradicionais como ganzás, xequerês e atabaques são mencionados, sublinhando a importância da música e do ritmo na preservação e celebração da identidade afro-brasileira.

A canção também celebra a beleza e a força das mulheres negras, com referências ao cabelo black e à coroa de preto. Margareth Menezes exalta figuras femininas poderosas como Candace de Olodum e as mulheres de arerê, destacando a importância da luta e da resistência feminina. O carnaval, com seu swing e alegria, é apresentado como um momento de celebração e afirmação cultural. A música termina com uma homenagem ao samba e à ginga baiana, reforçando a ideia de que a cultura afro-brasileira é uma fonte inesgotável de força, beleza e resistência.