Lástima

Reflexões de um Peão: A Vida e a Dor em 'Lástima' de Mauro Moraes

A música 'Lástima' de Mauro Moraes é uma profunda reflexão sobre a vida, a dor e a saudade, ambientada no contexto rural. A letra começa com o eu lírico questionando a peonada sobre o que fazer da vida, entregando seus sentimentos ao violão, um símbolo de expressão e desabafo. A metáfora do galpão pedindo lenha e a saudade pedindo uma senha sugere que a vida é uma constante demanda de ações e sentimentos, onde o bem e o mal se entrelaçam.

No segundo verso, a tristeza é personificada e se instala no silêncio, marcando a vida do peão com a dor das lidas diárias. A imagem das tropilhas e do cavalo lastimado pelas pechadas da lida reforça a ideia de que a vida no campo é dura e cheia de desafios. A metáfora do chapéu castigado pela tormenta e suor simboliza o peso das responsabilidades e dificuldades enfrentadas. A cena de cuidar da manada, com a tropa desgarrada e o focinho no sal, ilustra a constante luta e dedicação necessárias para manter a ordem e o sustento.

A música também traz um momento de intimidade e carinho, quando o eu lírico pede à amada que lhe sirva um mate enquanto a cachorrada late. Esse momento de simplicidade e conexão humana contrasta com a dureza da vida no campo, mostrando que, apesar das dificuldades, há espaço para o amor e a poesia. A repetição de 'ademais amor' no final reforça a ideia de que o amor e a poesia são planos para superar a dor, oferecendo um alívio e uma esperança em meio às adversidades.