Mágoa de Boiadeiro

Saudade de um Brasil Campeiro: A Mágoa de um Boiadeiro

A música "Mágoa de Boiadeiro", interpretada pela dupla sertaneja Pedro Bento e Zé da Estrada, é um retrato nostálgico de um Brasil rural que vem se transformando com o avanço do progresso. A letra descreve a saudade de um tempo em que a vida do boiadeiro era essencial para o transporte de gado, uma época em que as estradas não eram asfaltadas e as pontes sobre os rios eram escassas. O eu lírico, que se identifica como um desses boiadeiros, lamenta as mudanças trazidas pela modernização, que tornaram sua profissão obsoleta.

A canção evoca imagens do sertão e da vida campeira com grande riqueza de detalhes, mencionando elementos típicos como o cavalo, o berrante, o chapéu de aba larga e outros utensílios que compõem a indumentária e os instrumentos de trabalho do boiadeiro. Esses elementos são apresentados com um tom de melancolia, pois agora restam apenas como lembranças de um passado glorioso. A música também expressa uma crítica sutil ao desenvolvimento que, apesar de trazer avanços, também pode causar a perda de tradições e modos de vida.

Por fim, a canção se apresenta como um tributo à cultura do peão de boiadeiro, um símbolo do sertão brasileiro. O narrador, que se define como um simples caipira, encontra na música uma forma de expressar sua mágoa e saudade, transformando sua experiência em arte. Através de suas palavras, ele compartilha a dor de ver um modo de vida desaparecer e a beleza das tradições que estão sendo deixadas para trás.