Oxóssi

A Celebração de Oxóssi na Música de Roque Ferreira

A música 'Oxóssi', composta por Roque Ferreira, é uma homenagem vibrante à divindade africana do mesmo nome, que é amplamente reverenciada no candomblé e na umbanda, religiões afro-brasileiras. A letra da música destaca diversos aspectos da figura de Oxóssi, começando por sua genealogia divina, sendo filho de Iemanjá e pertencente ao clã de Ogum. A referência a Ibualama e Inlé, e o nascimento de Logunedé, aponta para a rica mitologia associada a essas entidades, onde Logunedé é filho de Oxóssi e Oxum, divindades que representam, respectivamente, a caça e a riqueza, a beleza e o amor.

A canção também menciona elementos simbólicos associados a Oxóssi, como a lua, que reflete sua natureza e o título de Odé, que significa caçador. As cores azul e verde, junto com os itens de vestuário e oferendas, como o feijão preto e o camarão, são elementos rituais que conectam os praticantes aos orixás. A música ainda faz uma conexão com o sincretismo religioso brasileiro, identificando Oxóssi com São Jorge na Bahia e São Sebastião no Rio de Janeiro, mostrando como as divindades africanas foram assimiladas e reinterpretadas no contexto da colonização e da imposição do catolicismo.

Através de sua letra, Roque Ferreira não apenas celebra Oxóssi, mas também expressa uma conexão pessoal e emocional, referindo-se a Oxóssi como aquele que 'manda na banda do meu coração'. Isso reflete a relação íntima e devotada que muitos praticantes têm com seus orixás, vendo-os como guias e protetores em suas vidas. A música é um exemplo de como a cultura afro-brasileira é celebrada e mantida viva através da arte.