Last Midnight

O Último Feitiço: A Reflexão de Stephen Sondheim sobre Culpa e Consequências

A música 'Last Midnight' de Stephen Sondheim, parte do musical 'Into the Woods', é uma poderosa reflexão sobre culpa, responsabilidade e as consequências de nossas ações. A canção é interpretada pela Bruxa, um personagem complexo que serve como uma espécie de consciência moral para os outros personagens. Ela começa com um tom sombrio, anunciando o 'último meia-noite', um momento de julgamento final e inevitável.

A Bruxa acusa os outros personagens de pequenas transgressões - mentiras, roubos e promessas quebradas - que, somadas, levaram a uma catástrofe maior. Ela critica a busca incessante por desejos egoístas, como obter um príncipe ou uma vaca mágica, sem considerar as consequências. A repetição de 'não importa como' enfatiza a moral flexível dos personagens, dispostos a fazer qualquer coisa para alcançar seus objetivos. A Bruxa, por outro lado, se posiciona como alguém que é 'certa', mas não 'boa' ou 'agradável', contrastando com a hipocrisia dos outros.

A canção também aborda a questão da culpa e da responsabilidade. A Bruxa oferece uma solução pragmática - entregar o menino para resolver o problema - mas é rejeitada. Ela então ironiza a necessidade dos outros de encontrar alguém para culpar, oferecendo-se como bode expiatório. A frase 'você é tão legal' é uma crítica mordaz à superficialidade moral dos outros personagens, que preferem ser vistos como 'bons' do que realmente agir de maneira ética.

No clímax da música, a Bruxa lança uma última maldição, deixando os outros personagens sozinhos para enfrentar as consequências de suas ações. Ela oferece feijões mágicos, simbolizando tentação e ganância, e prevê a queda do céu, uma metáfora para o colapso iminente. A música termina com um tom de resignação e desespero, refletindo a inevitabilidade do destino e a futilidade de tentar escapar das consequências de nossas ações.