Pardal
Supercolisor
É, talvez eu não demonstre
Mas que sorte eu dei quando te vi
Eu reconheço em ti a fonte
Dos meus sonhos juvenis
E, ah, se eu pudesse, meu amor
Eu te faria muito mais feliz
Bate um desespero, amor
De que a vida seja só
Uma versão menor
Dos sonhos
Mas não é, não
Segura forte a minha mão
Bate um desespero, amor
De que a águia do rancor
Perfure o teu olhar
Tão lindo, sereno
Melhor que leve esse veneno
Num voo em paz ao céu chileno
E com todo o teu carinho
Dai-me as duas mãos pr’eu não cair
Meu Deus, quantas vezes no caminho
Você acha alguém assim?
E aí dói um pouco ainda o teu corpo
E queres tanto que ainda vais voar
Voar, voar, voar, voar, voar, voar, voar
Voar
Bate um desespero, amor
De que um dia a gente se
Permita desistir
Um do outro
Mas não vai, não
Segura forte a minha mão
Bate um desespero, amor
E eu me pego imaginando
Um dia flutuar
Tranquilo, cantando
Como um pardal voltando
Pro teu pomar no fim do outono
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