Cantiga de Ronda

A Alma do Tropeiro em 'Cantiga de Ronda'

A música 'Cantiga de Ronda', de Telmo de Lima Freitas, é uma ode à vida do tropeiro, um personagem emblemático da cultura gaúcha. A letra evoca a rotina e a conexão profunda entre o homem e o gado, elementos centrais na vida do campo. A repetição das palavras 'era boi' e 'marcha boi' cria um ritmo que imita o movimento constante e cadenciado do gado, reforçando a ideia de uma vida em constante movimento e trabalho.

A canção também aborda a solidão e a introspecção do tropeiro durante suas rondas noturnas. A imagem do tropeiro cantando em silêncio para o gado, sob a luz do luar, é uma metáfora poderosa para a comunicação silenciosa e íntima entre o homem e a natureza. Essa cena noturna, quase mística, sugere uma conexão espiritual e uma compreensão mútua que transcende as palavras.

Além disso, a música reflete sobre a idealização da vida no campo. Telmo de Lima Freitas menciona aqueles que invejam a vida do homem de campo ou que recordam tropeadas sem nunca terem vivido essa experiência. Isso aponta para um atavismo, um desejo ancestral e adormecido de se reconectar com a simplicidade e a autenticidade da vida rural. A 'ronda' mencionada na canção é, portanto, não apenas uma prática cotidiana, mas também um símbolo de liberdade e de retorno às raízes.